Após críticas de Bolsonaro, Mandetta diz que seguirá trabalhando: ‘Foco na doença’
O ministro da Saúde, Henrique Mandetta, disse
ao blog nesta sexta-feira (3) que seu foco é o combate ao coronavírus, ao ser questionado
a respeito das novas críticas do presidente Jair Bolsonaro ao seu trabalho.
Perguntado
pelo blog se ele pretendia se demitir após Bolsonaro ter dito ontem
que eles não “andam se bicando” e que
Mandetta precisa "ter mais humildade", o ministro respondeu:
"Foco na doença, vida que segue. Foco, lavoro, lavoro, lavoro”.
Nos
bastidores, aliados do ministro acreditam que o presidente tem forçado
repetidamente Mandetta a pedir demissão, para evitar o desgaste de dispensar um
ministro com apoio popular em meio a pandemia. Mandetta, no entanto, diz que só
sai demitido.
Além
disso, ele tem apoio de outros colegas da
Esplanada dos Ministérios, como o ministro da Justiça, Sergio Moro — o
assessor mais popular do governo Bolsonaro.
Ministros
têm procurado Mandetta para dizer que vão seguir as suas orientações técnicas na
crise — e não as do presidente Bolsonaro, o que tem irritado o chefe do
Executivo, que gostaria de uma discussão antecipada sobre o fim do isolamento social para combater o coronavírus,
o que Mandetta e autoridades de saúde mundial não orientam.
O
ministro Mandetta ainda tem feito constante trabalho de manter sua equipe, de
respeitados profissionais da área da saúde, para resistir as constantes ameaças
do presidente e permanecer na missão.
Mandetta
tem enfatizado o discurso de que seguirão juntos ate o fim da pandemia: só
sairão juntos.
A
atuação do ex- ministro Osmar Terra, junto a Bolsonaro e nas redes sociais,
negando a necessidade do isolamento social, na linha do que pensa o presidente,
é motivo de queixa permanente da equipe da saúde.
Nos
bastidores do próprio Planalto, Terra é chamado por ministros de ala militar de
“desleal”. Na conversa do presidente com Mandetta no último sábado, no
Alvorada, o ministro disse que Bolsonaro poderia trocá-lo por Terra, mas não
“duraria” dois minutos pois o ex-ministro, assim como o presidente da Anvisa,
não tem “vínculo de confiança” com a sociedade em meio à pandemia.
Terra,
inclusive, esteve na reunião de médicos com Bolsonaro, da qual Mandetta não participou porque não foi convidado,
como o blog revelou nesta semana. Os médicos, no entanto, repetiram o
que o Ministério da Saúde tem dito sobre as recomendações- inclusive sobre os
efeitos colaterais da cloroquina.
Fonte: G1
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