Em caso raro, mãe tem gêmeas e uma delas nasce com Síndrome de Down: 'Descobri apenas no dia do parto'
A
fisioterapeuta Raquel Cimi, de 36
anos, deu à luz gêmeas e uma delas tem Síndrome de Down. Ela só soube no dia 4
de outubro de 2017, após o nascimento das filhas. Luíza Wurzius, que nasceu com
a síndrome, e Lívia Wurzius, agora estão com um ano de idade.
Estima-se
que a possibilidade de um gêmeo nascer com a Síndrome de Down e o outro não, é
de uma ou duas a cada 1 milhão, segundo especialistas.
Raquel,
que mora com a família em Sorriso, a 420 km de Cuiabá, conta que sabia que uma
das filhas nasceria com uma síndrome, mas não sabia qual seria o tipo.
“Com 12 semanas de gestão, fiz o exame de
translucência nucal – ultrassom que faz a medida atrás da nuca – e apareceu uma
medida acima do normal. Não acreditei e repeti o exame no mesmo dia”, afirma.
A
fisioterapeuta intensificou os exames de rotina para tentar descobrir qual
deficiência a Luíza teria, mas não obteve resposta.
“Todos
os exames mostraram uma alteração. Os médicos diziam que ela teria uma
síndrome, mas não sabiam qual, havia várias possibilidades. Fiquei com medo de
perdê-la logo após nascimento”, explicou.
Para
descobrir qual era a síndrome, Raquel foi orientada a realizar um exame invasivo,
o qual apresentava riscos de aborto. Ela decidiu por não fazê-lo.
“Passei
toda a gestação angustiada e perdi a vontade de fazer qualquer outro exame. Eu
chorava muito, não dormia mais, estava desesperada”, revelou.
Apesar
das dificuldades, com o apoio do marido, a fisioterapeuta continuou tendo o
acompanhamento médico e percebeu que Luíza se desenvolveu bem.
“Comecei
a aceitar mais. Hoje vejo que ela é uma criança normal, perfeita como a irmã
gêmea e também a outra de 3 anos”, pontuou.
Ter
gêmeos estava entre os três principais sonhos de Raquel. “Apesar disso, nunca
imaginei ser mãe de uma criança especial, já cuidei de algumas no meu trabalho,
mas dizia não ter capacidade para ser mãe de uma. Hoje vejo que nasci para
cuidar da Luíza”, ressaltou.
Caso raro
Conforme
a avaliação do médico Rudimar Menegotto, que acompanhou a gestação de Raquel,
casos com o da fisioterapeuta são extremamente raros.
Ele
avaliou que, além de fatores genéticos, a idade da paciente também pode
influenciar na formação dos bebês. Quanto mais velha for a paciente, maior a
possibilidade de uma criança nascer com alguma síndrome.
“Casos
em que gêmeos nasce com a síndrome e o outro não, são raríssimos, cerca de um
ou dois a cada um milhão de nascimentos”, disse.
Rudimar
explica que gêmeos idênticos, gerados na mesma placenta, possuem os materiais
genéticos idênticos e que, em casos de um cromossomo extra, ambos nasceriam com
a Síndrome de Down.
“No
caso da Raquel, os gêmeos foram gerados em placentas e bolsas diferentes. O
exame de ultrassonografia realizado observou uma alteração, com possibilidade
do bebê nascer com uma síndrome, o que foi confirmado após o nascimento”,
explicou.
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