Em 2 anos e meio, 458 presos romperam tornozeleiras eletrônicas no RN; sem o dispositivo, 1.800 fugiram do semiaberto
Em 2
anos e meio, 458 tornozeleiras eletrônicas foram rompidas no Rio Grande do
Norte. Neste mesmo período, mas sem o uso do dispositivo, o número é ainda mais
alarmante: 1.800 presos deixaram de obedecer às regras do regime semiaberto e
também se tornaram fugitivos da Justiça. Significa que, em 30 meses, pelo menos
2.258 detentos que deveriam estar sob algum tipo de vigilância ou controle do
Estado voltaram à condição de procurados.
Os
dados acima foram repassados ao G1 pelo juiz Henrique Baltazar Vilar
dos Santos, titular da Vara de Execuções Penais de Natal, após acesso à Central
de Monitoramento Eletrônico da Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania
(Sejuc).
O
exemplo mais recente de preso que rompeu a tornozeleira aconteceu nesta última
sexta-feira (17), quando o traficante
de drogas Robson Batista Marinho ficou
apenas 1 hora e 10 minutos com o dispositivo fixado ao corpo.
O
uso de tornozeleiras eletrônicas como alternativa de monitoramento para presos
do regime semiaberto no Rio Grande do Norte começou em fevereiro de 2016. Desde
então, ainda de acordo com o magistrado, 2.938 apenados receberam o
dispositivo. Atualmente, 1.163 presos são monitorados em todo o estado.
"Hoje,
cada tornozeleira custa R$ 192 por mês aos cofres do Estado. Esse valor deve
representar pouco mais de 10% do custo de cada preso do semiaberto que não é
monitorado eletronicamente", destacou Henrique Baltazar.
E é
o próprio juiz quem explica o motivo de um preso sem a tornozeleira custar mais
caro que um que utiliza o equipamento. “Porque precisa ter um imóvel para
recolher e pagar os agentes penitenciários para controlar, além do consumo de
água, luz, alimentação para os que ficam recolhidos nos finais de semana. Já os
monitorados, pagam suas despesas em casa e o Estado paga apenas R$ 192 mensais
e alguns poucos agentes para trabalhar na Central de Monitoramento”, concluiu.
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