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Caso Emanuelly: pais torturaram menina por quase 1 mês até ela morrer, diz delegado




A menina Emanuelly Agatha da Silva, de 5 anos, foi agredida várias vezes pelos pais durante quase um mês, até morrer no dia 2, segundo o laudo necroscópico do Instituto Médico Legal (IML). A informação foi divulgada pelo delegado que investiga o caso, Eduardo de Souza Fernandes. O G1 não teve acesso ao documento.

O documento aponta que Emanuelly morreu em decorrência de um traumatismo craniano e hemorragia cerebral.

“O laudo constatou que ela apresentava lesões de até 20 dias atrás, o que entendemos como uma tortura", afirma o delegado.


Os pais, Phelipe Douglas Alves, de 25 anos, e Débora Rolim da Silva, de 24 anos, tiveram a prisão decretada um dia após o crime e permanecem na penitenciária de Tremembé, em celas isoladas.

Na segunda-feira (12), a Polícia Civil concluiu o inquérito e indiciou o casal por maus-tratos. Agora, o Ministério Público tem cinco dias para analisá-lo e decidir se os denuncia - e por quais crimes.

O delegado afirma que as provas contra o casal são de maus-tratos, apesar de o laudo apontar que o ferimento na cabeça da menina provocou a hemorragia que levou à sua morte. Souza também incluiu no inquérito que há indícios de homicídio qualificado e tortura, mas não indiciou o casal pelos crimes.

"É difícil dizer que o crime foi premeditado, pois os dois se negaram a falar sobre o caso. Eles disseram que não vão falar nada, só falam em juízo. A parte da polícia foi feita. Montamos o laudo, comprovando lesões, as causas da morte, o laudo pericial do local dos fatos, onde constatamos locais com sangue da criança, e enviamos tudo para o Poder Judiciário. As provas que tenho no inquérito são de maus-tratos", afirma.

O casal tem outros dois filhos: uma menina, de nove anos - fruto de um relacionamento anterior da mãe -, e um menino de quatro anos. A mais velha está com o pai e o caçula foi encaminhado para um abrigo após as prisões.

Cabelos arrancados
Em entrevista à TV TEM nesta terça-feira (13), o delegado Eduardo de Souza detalhou como teria sido a agressão que matou a menina, com base no depoimento do irmão.

No dia do crime, afirma o delegado, Emanuelly estava dormindo quando os pais foram ao quarto dizendo que dariam banho nela. Um deles pegou a menina e a arremessou contra a parede, provocando um grave ferimento na cabeça.

"A informação passada por um dos filhos é que os dois foram ao quarto, enquanto a menina estava dormindo, e a agrediram. É um crime cujo passo a passo é difícil de ser comprovado, mas o depoimento do filho foi contundente. Eles [os pais] acordaram-na para tomar banho e, então, praticaram o ato que levou à morte", afirma Souza.

Conselho Tutelar
Débora chegou a perder a guarda de Emanuelly em 2012, logo após o parto prematuro, porque ela se recusava a visitar a filha. Débora entrou na Justiça e conseguiu recuperar a guarda após comprovar que tinha condições para cuidar da menina.

As agressões não foram constatadas nos outros filhos, segundo o delegado. "Com a filha mais velha e mais novo eles [os pais] não tinham a mesma atitude de violência. Acreditamos, inclusive, que essa depressão que a mãe teve após ter a Emanuelly se manteve até depois que ela recebeu a menina".

Sobre uma possível omissão do Conselho Tutelar, que devolveu Emanuelly a Débora e Phelipe, o delegado diz não ver erro, pois o casal era "muito esperto e fez de tudo para enganar os conselheiros até o caso ser arquivado pela Justiça".

“Eles fizeram de tudo para ludibriar todo mundo, inclusive os conselheiros. Eles orientavam os filhos a só falarem bem deles, principalmente a filha mais velha. Em depoimento a menina chegou a dizer que os pais tratavam bem a Emanuelly, mas quando fizemos perguntas para as quais ela não estava orientada, ela dizia a verdade. Foi o que ajudou a comprovar os fatos”, afirma o delegado.



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