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QUEM MAIS SE DESTACA DA SOFRÊNCIA: MARÍLIA MENDONÇA, MAIARA E MARAISA, SIMONE E SIMARIA, NAIARA AZEVEDO OU PAULA MATTOS?


Marília Mendonça está insatisfeita. Com 21 anos e 1 bilhão de views no YouTube, a maior revelação do novo sertanejo fez seu nome com músicas que igualam paixão a decepção. Se o pessimismo está em alta no Brasil em 2016, Marília é a trilha ideal para sofrer, em índices ainda maiores que a média atual das outras jovens cantoras.

Seu grande hit, “Infiel”, bota a traição no alvo das queixas. O “chifre” é mesmo tema recorrente das sertanejas – aparece em uma a cada quatro músicas. Mas não é só a infidelidade a raiz da sofrência de Marília. Sua visão fatalista do amor é resumida em “Eu sei de cor”. Ela vê a paixão terminar antes mesmo da separação, e lista passos quase naturais, do desinteresse dele ao abandono dela. “Quando olhar para trás já fui embora”, prevê.

A dor é mais doída nas letras de Marília. Seu tom é mais sério, menos irreverente que Maiara & Maraisa, por exemplo. A goiana começou só como compositora para outras duplas; depois se lançou como cantora. “Cuida bem dela”, para Henique e Juliano, mostra seu talento para o drama. É um recado de cortar o coração, do ex abandonado ao novo escolhido, para que faça sua amada feliz (história semelhante a “Infiel”, exceto pelo desejo de sorte ao casal).

Sobra até para o cupido (“Uma decepção, me trouxe um amor encomendado do lixão”, canta na raivosa “O meu cupido é gari”). Mas também há um sentimento de libertação, que se nota na ligação para a portaria barrar a entrada do amante expulso de casa em “Alô porteiro”.

A revolta contra os maus amantes poderia ligar Marília ao feminismo, mas ela rejeita o rótulo (acha que “o feminismo diminui as mulheres” e que “nunca foi discriminada por homens”). Ela acrescenta que “a fama é uma cruz” que carrega, por causa da “invasão na vida pessoal”. Marília Mendonça continua insatisfeita.
Top 5: “Infiel”“Eu sei de cor”“Sentimento louco”“Alô porteiro”“Meu cupido é gari”. 


Vejamos as letras sobre traição. A música sertaneja retomou a obsessão pelos “chifres”, mas quase todo mundo é vítima. A conta não fecha: há muito mais traídos que traidores. Maiara & Maraisa são as únicas nessa lista com um DVD recente com um par de músicas “sinceronas” no quesito fidelidade: elas também não são santas. Vale ouvir “A pessoa errada” (“Faz tempo que eu tento te avisar... Eu menti, tô saindo e trancando a porta”) e a impagável “Mexidinho” (“Cheguei nas pontas dos pés, contando as notas de dez que tinham sobrado / E meu marido fingiu que tava dormindo, virado pro outro lado / Me ferrei, exalou as pingas que eu tomei").

Elas também admitem fazer o papel da "outra" em “No dia do seu casamento” (“É a mim que você chama / Na saúde, na tristeza, na alegria e na cama”) e no outro grande hit, “Medo bobo” (”A gente se prendendo à toa, por conta de outra pessoa”). “Letras livres” é como as gêmeas definem suas próprias músicas em entrevista ao G1. 
Não é que elas desprezam o amor romântico, mas falam mais do que a (baixa) média atual sobre bebida, balada e pegação. “A gente fala de sentimento e situações verdadeiras. Alguns mais intensos, outros mais difíceis e também de situações engraçadas”, disse Maiara. Sem fingirem ser perfeitas, elas acertam no alvo ao se mostrarem gente como a gente. 

Top 5: “10%”“Medo bobo”“No dia do seu casamento”“Se olha no espelho”“Se olha no espelho”

“As pessoas se identificaram com isso de ‘colocar para fora’”, diz Simone. Curiosamente, são ambas casadas. Mesmo que não fossem, são bonitas a ponto de se duvidar de tanta rejeição dos homens (especula-se na web que Simaria seria uma Kardashian brasileira perdida). Como sofrem tanto? “Tivemos sorte de encontrar nossos maridos”, desconversa Simone. Ela ainda solta incrível elogio ao sexo oposto em 2016 “Acho que o homem tem sentimento às vezes”. 
Simone acha que emplacar no mercado sertanejo é mais fácil que no forró, pois há mais colaboração. “Não sabia qual seria a reação de ver duas meninas chegando, conquistando o Brasil”, diz sem modéstia. “Mas fomos bem recebidas. É Bruno & Marrone mandando mensagem; Jorge E Mateus chamando pra comer galinhada; Gusttavo Lima convidando para a casa dele.” Ela também bate bola com outras cantoras. “O sertanejo tem essa coisa de se unir”. Ela diz no forró fez bons amigos, mas havia mais competição. 
Outra teoria dela é que o jeitão sincero das mulheres está mudando os homens. Estão mais sensíveis, em cima e embaixo do palco. “Hoje temos público masculino gigantesco. Estão lá no show morrendo de cantar, botando sentimento para fora. O homem tem certo machismo, um disfarce, mas lá dentro da alma, sente, chora. Eles estão prestando mais atenção depois que a gente começou a cantar. Tem que melhorar, dar mais carinho”, diz Simone. 
A reflexão dela tem tudo a ver com novos hits masculinos como “Sosseguei”, de Jorge & Mateus e “Como é que a gente fica”, de Henrique & Juliano. Eles apostam na figura do ex-baladeiro convertido à monogamia. A teoria também explica “Maquiagem borrada”, de Zé Felipe, que na letra se assume “o outro”, o “plano b” para quem a mulher liga bêbada após ser rejeitada “O que tem nele que falta em mim?”, lamenta Zé. Simone & Simaria têm um bordão que seria a resposta perfeita para o homem "neosensível": “Chora não, coleguinha”.
Top 5: “Quando o mel é bom”“Quando o mel é bom”“Duvido você não tomar uma”“Amor mal resolvido”, “Meu violão e nosso cachorro”



Não que o álcool seja tema único, nem que ela exagere na bebida na vida real. É só uma ajuda para alcançar a espontaneidade nas histórias. “Quando mistura sofrência, chifre e ex-namorado com uma cachacinha e uma cervejinha, as coisas tomam outro rumo, aí 'desbunda' de vez”, explica a paranaense de 27 anos. A tristeza é só nas músicas: ela é recém-casada com seu empresário, Rafael Cabral.

Bares são cenários comuns nas canções de todas as sertanejas. Assim, as histórias de amores frustrados ganham certa leveza: “Bêbado sofre de um jeito gostoso. Não é aquela coisa de depressão”, opina Naiara. Ela sabe o valor de misturar irreverência e feminismo: sua carreira começou em 2012, com uma gravação amadora que dava resposta ao funk “Sou foda”.

Com a voz rasgada que marca “50 reais”, a sofrência não fica só no coração: a garganta também sofre. “Desculpe eu estar meio rouca”, ela diz na entrevista. Enquanto falava com o G1, ela recebia cuidados do preparador vocal Ademar Rocha. “Ele me acompanha muito aos shows. Quando a gente precisa, pega um aviãozinho e manda buscá-lo para me socorrer.”

Com tanto sucesso, ela não teme que surjam disputas entre sertanejas. “Nem tenho como atender mais pedidos de show. Tem data fechada até metade do ano que vem. São 28 por mês. Fiz 4 shows um dia antes do meu casamento, me casei de manhã e fui direto tocar mais. Quero é que tenham mais mulheres, porque as que têm no mercado não dão conta de atender a demanda de shows. Tem espaço para todo mundo. Quero que o mercado se amplie”, diz. Que 2017 as aguarde.

Top 5: "50 reais""Ex do seu atual""Ele não merece a gente", ""Inquilino""O nome dela é rapariga".
“Eu falo de maneira mais romântica”, concorda. A diferença, para ela, vem de um princípio em comum: a sinceridade. “É porque não adianta fingir ser algo que eu não sou”, diz sobre as letras mais fofinhas. “Admiro demais as meninas que têm a verdade delas”. Apesar do disco de estreia nessa linha, ela agora se aproxima das outras cantoras com a nova música de trabalho, “As butequeira”, com letra sobre botecos que define como “mais descaradinha”.

Já a trajetória da jovem de 26 anos, de Campo Grande, tem tudo a ver com as de outras novas poderosas do sertanejo. Ela fez vocal de apoio para Thaeme & Thiago – posição que Simone & Simaria ocuparam no palco de Frank Aguiar. Outra tarefa anterior, assim como Marília Mendonça, foi compor hits alheios. Paula Mattos deu “Doidaça” para Gusttavo Lima, “Hoje não” para Thaeme & Thiago e “Irracional” para Marcos & Belutti.

Outra história parecida é a de perder peso – mas não para agradar aos homens. Ela emagreceu 25kg para gravar o “Acústico” do ano passado. “Tinha problema de fígado, colesterol, pressão alta. Precisava cuidar da minha saúde”, explica. Paula não é a única. Naiara Azevedo perdeu 27kg após problemas nas articulações; Maiara e Maraisa eliminaram juntas 20kg para terem fôlego para a rotina puxada de shows.

Por fim, Paula fatura alto após infância pobre. Ela chegou a vender balas no sinal para ajudar a família. “Tinha de 13 para 14 anos. Foi difícil. Mas tenho orgulho, pois conquistei tudo sem passar por cima de ninguém. Não tenho vergonha”, diz. Simone & Simaria, filhas de garimpeiro, já moraram em barracos de lona; Marília Mendonça via a mãe se esforçar para acompanhá-la a shows em bares com R$ 5 no bolso. Elas chegam a 2016 com um final feliz. Que sorte a delas.

Top 5: "Que sorte a nossa""Rosa Amarela""Eu já te amava""Amor é diferente","Quem vê cara não vê coração"

Fonte: G1

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