Acusado de racismo em seu videoclipe, Alexandre Pires se diz chocado
O que deveria ser o lançamento de mais um grande sucesso, se transformou em dor de cabeça para Alexandre Pires. Assim que foi lançado, o videoclipe da música Kong, o material virou alvo de uma denúncia na Procuradoria Geral da República em Uberlândia (MG), terra natal do cantor.
A história foi iniciada pelo ouvidor nacional da Igualdade Racial, Carlos Alberto Silva Júnior, que decidiu denunciar o vídeo à Procuradoria, dizendo que ele coloca o negro "em condição de ser inferior".
No vídeo, um grupo de belas mulheres curte a piscina de uma casa, que acaba invadida por pessoas fantasiadas de gorilas.
A denúncia foi feita em 26 de abril pela ouvidoria da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), órgão da Presidência da República. Na última quinta-feira (3), Alexandre prestou depoimento sobre o caso. A Procuradoria diz que ainda não existe nenhum posicionamento sobre o caso, e que seguem as apurações.
A reclamação da secretaria é de que "o vídeo utiliza clichês e estereótipos contra a população negra" e que "reforça estereótipos equivocados das mulheres como símbolo sexual". A assessoria de imprensa do MPF informou que o cantor prestou depoimento no dia 3 de maio, e que ainda não há nenhum posicionamento sobre a investigação, pois os fatos estão sendo apurados.
O Ministério Público Federal (MPF) instaurou procedimento administrativo na Procuradoria da República, em Uberlândia, Minas Gerais, sobre o vídeo Kong, denunciado por exibir conteúdo racista e sexista.
A gravadora Sony Music e o Departamento de Polícia Federal também foram oficiados, além da Ouvidoria da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), por conta da exposição de mulheres na peça publicitária, o que reforça o estereótipo de símbolo sexual.
O clipe conta com participação do jogador Neymar Devido a uma participação no clipe da música "Kong", do cantor Alexandre Pires, Neymar pode ser chamado a prestar depoimento ao Ministério Público Federal, que investiga denúncia de racismo. No vídeo, o atacante do Santos aparece vestido com uma roupa de gorila ao lado de Pires e de bailarinos com a mesma vestimenta. O clipe foi considerado ofensivo pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), ligada à Presidência da República. No dia 26 de abril o órgão fez uma denúncia ao MPF contra Pires.
Através de uma nota enviada por sua assessoria de imprensa ao portal G1, Alexandre se manifestou sobre o caso.
O musical conta com a participação de Neymar e do funkeiro Mr. Catra. Cogita-se que os dois possam ser chamados para dar depoimentos sobre o caso.
Abaixo o comunicado enviado pelo cantor :
"Sinto-me profundamente chocado com qualquer leitura racista ou sexista num clipe protagonizado por mim, negro com orgulho da minha cor, autor e intérprete de música romântica, sem que isso nunca tenha sido confundido com sexismo.
Devemos tratar toda e qualquer brincadeira com macacos e gorilas como uma referência a ser apagada da nossa memória? King Kong, Chita, Monga, eram todos personagens com alguma leitura que não a do genuíno entretenimento?
Não me consta que meu histórico deixe alguma dúvida sobre o meu respeito à mulher ou ao negro, e a edição deste filme em nenhum momento faz brotar qualquer insinuação similar."
Alexandre Pires