STF decide adiar para dia 4 conclusão do julgamento de Lula; antes disso, ex-presidente não pode ser preso
Os
ministros do Supremo Tribunal Federal decidiram no início da noite desta
quinta-feira (22) adiar para o próximo dia 4 de abril a conclusão do julgamento
do habeas corpus preventivo de Luiz
Inácio Lula da Silva, impetrado pela defesa com o objetivo de evitar
a prisão do ex-presidente.
Com
a decisão, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), de segunda
instância, que condenou Lula a 12 anos e 1 mês em regime fechado,
não poderá decretar a prisão do ex-presidente na próxima segunda-feira (26), quando julgará o único
recurso da defesa contra a condenação – esse tipo de recurso
não modifica o resultado do julgamento do TRF-4.
A
retomada do julgamento pelo Supremo foi marcada para 4 de abril porque é a data
da próxima sessão de plenário do STF, já que na semana que vem não haverá
julgamentos em razão do feriado de Semana Santa.
O
julgamento do habeas corpus de Lula no Supremo se iniciou na sessão desta
quinta, com as manifestações da defesa e do Ministério Público Federal.
Mas,
antes de apreciar o mérito (a concessão ou não do habeas corpus), os ministros
resolveram decidir primeiro uma "questão preliminar": se o pedido do
ex-presidente era 'cabível' de ser julgado pelo Supremo.
Por
7 votos a 4, eles admitiram julgar o habeas corpus.
Mas, quando essa decisão foi tomada, às 18h30, já tinham transcorrido mais de
quatro horas da sessão, e parte dos ministros tinha compromissos e necessitava
viajar.
Diante
da decisão do adiamento, o advogado José Roberto Batochio, integrante da defesa
de Lula, pediu a concessão de uma liminar (decisão provisória) para que o
ex-presidente não seja preso antes da conclusão do julgamento, no próximo dia
4.
A
presidente Cármen Lúcia submeteu então o pedido aos demais ministros. Por 6
votos a 5, a liminar foi concedida.
Votaram
em favor de impedir a prisão de Lula antes do dia 4 os ministros Rosa Weber,
Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello e Celso
de Mello. Em favor de permitir, votaram ministros Edson Fachin, Alexandre de
Moraes, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Cármen Lúcia.
Após
a sessão do STF, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou que
confia que o tribunal vai manter a posição favorável à execução provisória da
pena após condenação em segunda instância. Segundo ela, esse entendimento
auxilia no combate à corrupção.
“Essa
decisão da Corte é importante para o futuro da persecução penal no Brasil e
sobretudo em face de crimes de corrupção, de crimes de colarinho branco de
crimes e crimes praticados pelo crime organizado”, disse Dodge.
G1
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