Polícia vai intervir em Alcaçuz nesta terça, diz secretário de Segurança
O
secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte (Sesed),
Caio Bezerra, afirmou nesta segunda-feira (23) que a Polícia Militar e Grupo de
Operações Especiais (GOE) da Secretaria de Justiça (Sejuc) vão entrar na
Penitenciária Estadual de Alcaçuz para uma revista minuciosa nos
pavilhões nesta terça (24). Ele também anunciou uma série de medidas
urgentes (veja a lista abaixo) para tentar solucionar o problema do
presídio, que há dez dias enfrenta rebeliões.
Segundo
o secretário, todos os pavilhões serão alvo da intervenção.
As
medidas foram anunciadas após reunião do Gabinete de Gestão Integrada (GGI) na
Escola do Governo, que durou duas horas, entre o governador, secretários da
Segurança e Justiça, Procuradoria da República e entidades convidadas para
debater sobre a situação do presídio.
"Vamos
paulatinamente, com esse reforço das Forças Armadas, dos agentes penitenciários
levar os presos para dentro dos pavilhões", afirmou. "Estamos
trabalhando para resolver esse problema o mais rápido possível."
Os
detentos continuam soltos dentro da penitenciária onde uma rebelião deixou pelo menos 26
mortos. Questionado se a intervenção servirá para tirar as armas do
presídio, o secretário respondeu: "Sem dúvida nenhuma. Já tirei vários
caminhões com armas brancas, com facões, com lanças".
O
secretário anunciou ainda medidas que serão tomadas nos próximos dias para
tentar retomar o controle de Alcaçuz e que, segundo ele, começam
imediatamente. Ao todo, 70 agentes penitenciários federais e de quatro
estados vão ajudar nas ações.
Veja
as medidas anunciadas:
-
reparos nos pavilhões 2 e 3, que serão fechados, de modo a trazer todos os
presos para eles e deixar separados os do pavilhão 5;
- colocar cerca externa com sistema de alarme afastada 50 metros do entorno de Alcaçuz, para ter um perímetro de segurança para evitar entrada de armas no presídio;
- executar uma obra de eclusas, portões coordenados, abertos e fechados, para garantir entrada de forças policiais no pavilhão 5;
- reparar as guaritas interditadas;
- implantar sistema de videomonitoramento;
- realizar a limpeza da vegetação no entorno;
- concluir o muro interno que separa o pavilhão 5 dos demais para manter os grupos rivais afastados;
- realizar o concretamento na base da murada para dificultar a escavação de túneirs;
- concluir a iluminação externa.
- colocar cerca externa com sistema de alarme afastada 50 metros do entorno de Alcaçuz, para ter um perímetro de segurança para evitar entrada de armas no presídio;
- executar uma obra de eclusas, portões coordenados, abertos e fechados, para garantir entrada de forças policiais no pavilhão 5;
- reparar as guaritas interditadas;
- implantar sistema de videomonitoramento;
- realizar a limpeza da vegetação no entorno;
- concluir o muro interno que separa o pavilhão 5 dos demais para manter os grupos rivais afastados;
- realizar o concretamento na base da murada para dificultar a escavação de túneirs;
- concluir a iluminação externa.
Ainda
segundo o secretário, o número de mortes pode subir para 28 no presídio, mas a
perícia ainda vai confirmar a informação. "O número de vítimas seriam de
28 até o momento. Precisa da confirmação da perícia oficial", disse.
Ezequiel
Ferreira, presidente da Assembleia Legislativa do RN, também comentou sobre a
situação do presídio e tentou explicar a demora de dez dias para entrar no
presídio. "Havia duas facções se digladiando lá dentro, com barricadas e
armados. E a entrada da polícia da forma que se esperava, de acordo com a
explicação dada aqui [durante a reunião] ia empurrar uma facção pra cima da
outra e poderíamos ter mais mortes", disse.
Confrontos
Há dez dias, presos de duas facções disputam o poder na unidade. De um lado, ocupando a área dos pavilhões 4 e 5, estão membros do PCC. Do outro, nos pavilhões 1, 2 e 3, estão detentos que fazem parte do Sindicato do RN. Em menos de dois dias a Força Nacional encontrou três túneis que davam na área externa de Alcaçuz.
Há dez dias, presos de duas facções disputam o poder na unidade. De um lado, ocupando a área dos pavilhões 4 e 5, estão membros do PCC. Do outro, nos pavilhões 1, 2 e 3, estão detentos que fazem parte do Sindicato do RN. Em menos de dois dias a Força Nacional encontrou três túneis que davam na área externa de Alcaçuz.
Antes
do início dos conflitos, a penitenciária tinha 1.169 presos. Já no presídio
Rogério Coutinho Madruga, que é o pavilhão 5, estavam outros 350.
No
dia 14, início da rebelião, pelo menos 26 detentos foram
mortos. Na quinta (19), após novo enfrentamento em Alcaçuz, muitos
presos ficaram feridos. A PM confirmou que há novos
mortos dentro da unidade, mas não informou o número.
Construção
de muro
No último sábado (21), enquanto um muro de contêineres era
posicionado dividindo as facções, equipes do Instituto Técnico de Perícia
(Itep) encontraram e recolheram duas
cabeças, um antebraço, um braço e uma perna.
Os
contêineres, cada um com 12 metros, darão lugar depois a um muro de concreto de
90 metros de extensão. O governo diz que que a construção desse muro permanente
levará 15 dias.
Em Alcaçuz,
detentos circulam livremente dentro dos pavilhões desde março de 2015, quando
uma série de rebeliões destruiu as grades das celas. Na manhã desta
segunda-feira, os detentos continuavam no telhado.
Fonte: G1