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Policia Federal prende 10 suspeitos em operação contra o terrorismo no Brasil

Imagem ilustrada da Internet
A Policia Federal prendeu dez suspeitos de planejar ataques terroristas durante a Olimpíada do Rio. Segundo o ministro da Justiça, são amadores sem organização. E o risco de que conseguissem realizar um ataque era mínimo.
A Divisão Antiterrorismo da Polícia Federal monitorou os passos do grupo pela internet. Os investigadores descobriram um juramento virtual ao grupo terrorista Estado Islâmico, como explicou o ministro da Justiça.
“Vários deles realizaram pela internet um batismo no Estado Islâmico. Já houve esse primeiro contato mais próximo com o Estado Islâmico. Importante salientar: até o momento todas as informações, tudo o que foi investigado foi o único contato que alguns deles tiveram com o Estado Islâmico, o batismo. A partir disso não houve mais contato nem para planejamento nem para financiamento, esse foi o único, é um contato via internet, o batismo. Eles nem saíram do país para nenhum contato pessoal”, disse o ministro da Justiça, Alexandre Moraes.
Depois do batismo virtual, os brasileiros passaram a trocar mensagens na internet e em aplicativos para combinar treinamentos em artes marciais e comemorar atos terroristas na França.
Planejaram, ainda, a compra de um fuzil AK-47 em um site clandestino no Paraguai. Investigadores rastrearam os e-mails da tentativa de compra da arma e de munição.
E foi aí que a investigação concluiu: o grupo passou da apologia ao Estado Islâmico a "atos preparatórios de terrorismo". Ou seja, saiu dos juramentos de internet para planos que poderiam resultar num atentado.
Diferentemente de outros crimes, no caso do terrorismo, o planejamento já é considerado indício de envolvimento, porque a investigação é feita para prevenir atos terroristas.
Centro e trinta policiais participaram da Operação Hashtag, que prendeu suspeitos de terrorismo em dez estados: Amazonas, Ceará, Paraíba, Goiás, Minas Gerais, Rio, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso.
Ao todo, foram 12 mandados de prisão - dez pessoas foram presas e duas pessoas estão sendo rastreadas pelos investigadores.

A operação é sigilosa, por isso os nomes dos investigados não foram divulgados. O grupo estava sendo monitorado desde abril.

De acordo com o ministro, os investigados trocavam informações, principalmente, em redes sociais.
“Esse grupo, esses dez, eles se comunicavam por Telegram ou Whatsapp, entre eles. Pessoalmente, duas duplas se conheciam pessoalmente. Mas não havia o contato pessoal entre eles”, afirmou o ministro. 
Segundo o Ministério da Justiça, o chefe do grupo é de Curitiba - por isso os mandados foram expedidos pela Justiça Federal do Paraná. Ele tem 21 anos, é de São Paulo e estava em Curitiba há seis meses.
Já o juiz do caso discorda do ministro. Diz não ver líderes no grupo e sim pessoas menos ou mais ativas. Ele reforçou que essas pessoas estão sendo investigadas e não há pré-julgamento.
“E é importante dizer assim ó, não é um pré-julgamento, ninguém foi condenado, ninguém foi, não se tá afirmando que há uma célula terrorista brasileira em plena atividade.  Está afirmando é que diante desses elementos que surgiram e da circunstância, da afirmação de que os Jogos Olímpicos são uma oportunidade porque vem gente do mundo inteiro pro Brasil, a melhor medida para efeito de terminar a investigação judicialmente foi essa”, declarou o juiz Marcos Josegrei da Silva.
A operação ocorre a 15 dias dos jogos. A avaliação do ministro da Justiça é de que se tratava de um grupo amador, que ainda estava se organizando, e não tinha contato direto com o Estado Islâmico.
“Aparentemente por tudo o que temos até agora era uma célula absolutamente amadora, sem nenhum preparo, porque é ‘vamos treinar artes marciais’, essa mensagem é recentíssima, ‘vamos treinar, começar a aprender a atirar’, e vejam, uma célula organizada, qualquer célula organizada não iria procurar comprar uma arma pela internet. Bastaria, até porque um deles estava lá no Paraná, mais próximo de onde nós sabemos, infelizmente, se compra muita arma que é o Paraguai. É uma célula desorganizada. Por isso que insisto e reitero que a questão da segurança pública é muito mais importante, gera mais preocupação do que a questão do terrorismo. Agora, obviamente, nós não podemos, nenhuma força de segurança séria pode ignorar, mesmo verificando que cada um, individualmente ou em grupo, levaria a crer que jamais realizaria um ato sério, um ato competente de terrorismo. Mas o fato de começarem atos preparatórios, não seria de bom senso aguardar pra ver. O melhor seria decretar prisão”, disse Alexandre Moraes.
Segundo o Ministério da Justiça, foram as primeiras prisões após a nova lei antiterrorismo, que começou a valer há quatro meses, e prevê que é crime promover organização terrorista ou participar de atos preparatórios. O grupo ficará preso por 30 dias, que podem ser prorrogados por mais 30.

Além das 12 prisões e de 20 buscas, a Justiça autorizou quebras de sigilo telefônico e de e-mails dos investigados.

Uma ONG com atuação na área humanitária e educacional também é investigada. O presidente dessa ONG, que não teve o nome revelado, foi alvo de condução coercitiva, ou seja, foi levado a depor na PF.
Reservadamente, investigadores consideraram que as conversas monitoradas na Operação Hashtag são "pesadas", há exaltação da violência e vídeos de execuções.
O juiz do caso explicou que, pelo risco, as prisões são justificáveis.
“É importante a gente deixar claro que nem tudo que uma pessoa preconiza no meio virtual necessariamente ela vai realizar no mundo real. Eu tenho a informação de que essas pessoas exaltam esse tipo de comportamento, referem que as Olimpíadas estão chegando e embora sejam pessoas que não tenham uma organização muito sólida e basicamente os contatos são no mundo virtual, que tem uma comunidade virtual, onde todo mundo conversa. E eu tenho esses elementos, sob o ponto de vista legal, tá absolutamente justificada a prisão temporária e as buscas e apreensões. O que vai amealhar agora, só a análise policial que vai dizer”, comentou o juiz.
O presidente interino, Michel Temer, já vinha sendo informado sobre o monitoramento dessas pessoas. O governo brasileiro recebeu informações de agências de inteligência de outros países na operação desta quinta.
O ministro da Justiça disse que a operação não aumenta o nível de alerta. E afirmou que o governo está preparado para monitorar e impedir a atuação de grupos como esse.
“A probabilidade é mínima de que haja algum ato terrorista no Brasil durante as Olimpíadas. Agora a possibilidade, como venho dizendo, não é só no Brasil, é no mundo todo. E dentro da possibilidade nós vamos agir da maneira mais dura possível, qualquer ato preparatório, por mais insignificante, será pedida a prisão, realizada a prisão para evitar qualquer problema futuro”, disse o ministro.
Fonte: G1- Jornal Nacional

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