Em pronunciamento na manhã desta quinta (12), em Brasília, a presidenta Dilma Rousseff comentou seu afastamento, e voltou a denunciar o golpe e pediu que a militância continue "unida" e "em paz".
Em pronunciamento na manhã desta quinta (12), em Brasília, à imprensa e à população brasileira, a presidenta Dilma Rousseff comentou seu afastamento, voltou a denunciar o golpe e pediu que a militância continue "unida" e "em paz".
"Fui eleita presidenta por 54 milhões de cidadãos e cidadãs brasileiras. E é nessa condição, de presidenta eleita, que me dirijo a vocês nesse momento decisivo para a democracia brasileira", iniciou a fala.
Dilma ressaltou que o que está em jogo são as conquistas dos últimos 13 anos. "Desde que fui eleita, parte da oposição pediu recontagem de votos, tentou anular as eleições e depois passou a conspirar abertamente pelo meu impeachment, mergulhando o país em um estado permanente de instabilidade política, querendo tomar à força o que não conquistaram nas urnas".
Dilma disse, ainda, que quando um presidente eleito é cassado sob acusação de crime que não aconteceu, o nome disso não é impeachment, é golpe. "Não cometi crime de responsabilidade, não tenho contas no exterior, nunca recebi propinas, jamais compactuei com a corrupção", reafirmou.
"Injustiça cometida é mal irreversível. Posso ter cometido erros, mas não cometi crimes. Atos idênticos foram praticados por presidentes que me antecederam e não foi crime na época deles, nem é crime agora", falou, referindo-se às acusações de pedaladas fiscais.
"O golpe não visa apenas me destituir, destituir uma presidenta eleita pelo voto direto. Querem, na verdade, impedir a execução do programa que for escolhido pelo voto majoritário", disse.
"O país será dirigido pelo governo dos sem-voto, que não terá legitimidade para propor soluções para o Brasil, que pode se ver tentado a reprimir os que protestam contra ele", denunciou.
Dilma disse, ainda, que tem orgulho de ser a primeira mulher eleita presidente do Brasil. "Vou lutar para exercer o meu mandato até o fim", reiterou.
"O destino sempre me reservou muitos desafios, alguns pareceram intransponíveis, mas eu consegui vencê-los. Eu já sofri a dor da tortura, da doença e agora sofro mais uma vez a dor igualmente inominável da injustiça".
À militância e aos que acreditam na democracia, Dilma deu o recado: "Mantenham-se mobilizados, unidos e em paz, porque a luta pela democracia não tem data para terminar, é permanente e exige de nós dedicação constante".
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