Juiz dá prazo para Ratinho se retratar ou comprovar acusações contra Chico Buarque; entenda o caso

 

Reprodução/SBT e Reprodução/Instagram

O cantor Chico Buarque entrou com ação contra o apresentador Ratinho depois que ele disse, em 15 de setembro, na rádio Massa FM, que o cantor recebia dinheiro da Lei Rouanet por seu engajamento político, algo que Chico nega. Também são réus na ação o youtuber Thiago Asmar (Pilhado) e a suplente de vereadora Samantha Cavalca (PP). As informações são da colunista Mônica Bergamo, do portal Folha de São Paulo.

“Rico de esquerda é fácil. Chico Buarque ser de esquerda é fácil. Bebe champanhe, come caviar. O Caetano Veloso ser de esquerda é fácil, come caviar, mora no Rio de Janeiro, pega dinheiro da Lei Rouanet, aí é fácil”, disse Ratinho.

A fala viralizou depois que Chico e Caetano participaram de manifestações contra a PEC da Blindagem e a anistia aos condenados em 8 de Janeiro, em Copacabana, no Rio.

O juiz Victor Agustin Cunha Jaccoud Diz Torres, da 41ª Vara Cível do Rio, deu cinco dias para que os três se retratem ou apresentem provas das acusações.

“Tudo sob pena de se configurar crime de desobediência, o que, em tese, justificaria a prisão em flagrante”, afirmou o juiz.

Chico Buarque pede R$ 50 mil de indenização para cada um. Seus advogados afirmam que “Chico jamais recebeu qualquer dinheiro oriundo de verba pública, de qualquer natureza. As premissas que norteiam o vídeo [de Thiago Asmar] são simplesmente falsas, gerando conteúdo de desinformação e abuso do direito de livre manifestação”.

Ratinho e Thiago não se manifestaram até a publicação da matéria. Samantha Cavalca disse que não sabia da ação e que está “à disposição para esclarecer tudo o que for necessário ao Poder Judiciário”.

“O compositor de ‘Cálice’ tá querendo me calar? Típico da esquerda caviar que se diz a favor da democracia e adora censurar quem não pensa como eles. Quero aproveitar a oportunidade pra destacar que Chico Buarque provou que não precisamos regular as redes sociais, já estamos censurados mesmo. Triste fim pra um compositor que tinha no currículo a luta pela liberdade de expressão”, afirmou Samantha.

Chico cantou “Cálice” com Gil, simbólica composição da dupla feita durante a ditadura militar para o show Phono 73, no Anhembi, em São Paulo. Já em trio, com Djavan, cantaram “Samba do Grande Amor”.

Além de Chico e Caetano, outros artistas participaram da manifestação no Rio, como Gilberto Gil, Ivan Lins, Paulinho da Viola, Frejat, Lenine, Geraldo Azevedo, Jorge Vercillo, Maria Gadú, Marina Sena e o grupo Os Garotin. Em outras cidades, como Salvador, Brasília e Belo Horizonte, nomes como Wagner Moura, Daniela Mercury, Chico César e Fernanda Takai também participaram de protestos.

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