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Eduardo Cunha abre a guerra do impeachment de Dilma


O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), levou 21 minutos para explicar, com sua habitual feição de ser inatingível, as razões que o levaram a aceitar o pedido de impeachment de Dilma Rousseff (PT). A petista, por sua vez, gastou pouco mais de três minutos de seu dia para contra-atacar seu carrasco e se defender, tentando esconder o cansaço e um claro abatimento pela notícia que rondava sua porta desde meados de novembro. Os pronunciamentos, cercados de simbolismos, demonstraram apenas o início de uma guerra para se manter vivo politicamente que só deve acabar em 2016. Isso se o que parece ser o único poder sólido da Praça dos Três Poderes, o Supremo Tribunal Federal, que nesta quarta-feira não se manifestou, não for instado a colocar seu peso jurídico.
A aceitação do pedido de impeachment por Cunha, o primeiro nesta etapa no Brasil desde a queda de Fernando Collor em 1992, não é um cadafalso automático para Dilma Rousseff, mas é uma bomba de efeito com capacidade para embaralhar de novo apoios e lealdades e piorar uma economia em frangalhos — apenas um dia depois da divulgação do PIB que instala o Brasil na maior recessão, pelo menos, desde os anos 90. Também abre um período de ansiedade na região, onde o país tem enorme peso político e econômico e papel definidor em órgãos como o Mercosul e a Unasul. Cabe a governantes e futuros mandatários, como o presidente eleito argentino, Mauricio Macri, com chegada prevista a Brasília nesta sexta, apenas assistir ao thriller-faroeste, estilo quem atira primeiro, entre a presidenta petista e seu algoz da Câmara.
Dilma Rousseff, que disse a aliados estar aliviada com o fim dessa agonia, seguiu para o salão leste do Palácio do Planalto cercada de 11 ministros de seis partidos de sua base -- houve uma ausência simbólica, a de seu vice, Michel Temer. Antes de falar, seus assessores trocaram o banner que ficaria atrás dela. O objetivo era que ela não fizesse seu pronunciamento abaixo do símbolo do Governo federal, e sim, da palavra Brasil, em verde. Ao invés de apenas dizer que confiava na improcedência do pedido, resolveu rebater Cunha em alto e bom som.
“Não existe nenhum ato ilícito praticado por mim. Não paira contra mim, nenhuma suspeita de desvio de dinheiro público, não possuo conta no exterior, nem ocultei do conhecimento público a existência de bens pessoais, nunca coagi ou tentei coagir instituições ou pessoas na busca de satisfazer meus interesses.” O presidente da Câmara é investigado na Operação Lava Jato e cada vez que seu nome aparece negativamente na imprensa, ele cria um fato para desviar a atenção. Dessa vez, foi a tacada mais ousada e mais esperada por movimentos de rua anti-PT.
A cada palavra contra o peemedebista que saía da boca da presidenta, o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, sorria ironicamente e olhando para alguns jornalistas levantava as sobrancelhas em claro sinal de aprovação ao tom duro da fala. No final, todos saíram em uma marcha silenciosa atrás da mandatária.
O Governo mal teve tempo de comemorar o trunfo do dia, que tirou o Planalto ao menos de uma situação de paralisia, espécie deshutdown à brasileira. O confronto do Congresso Nacional, na agitada  votação da alteração da meta fiscal de 2015, resultou em uma vultosa vitória governista ao conseguir aprovar um rombo de 119 bilhões de reais nas contas públicas ao invés de um superávit de 55 bilhões de reais. Retirou também da oposição o argumento de dizer que a presidenta merece cair por causa de sua temerária gestão fiscal.

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